12/01/2013

OURO

No plano da sua acção, a alquimia deve imitar a Natureza  - dizem os alquimistas.
   
A expressão Natureza reveste aqui um significado muito concreto, pois não designa somente a geração espontânea de todas as coisas, mas sim, e sobretudo, uma causa ou uma força unitária cuja verdadeira essência se torna reconhecível mediante observação do seu ritmo universal, o qual domina por igual tanto o mundo exterior quanto o mundo interior.

Quando o espírito humano, por obra da sua união mais ou menos perfeita com o espírito no qual tudo se contém, se afasta da multiplicidade das coisas e, em certa medida, acaba por se fundir na unidade indistinta, a percepção da natureza que semelhante visão vem a proporcionar não pode ser detalhada e analítica.

Contudo, o mundo readquire então para si como que uma espécie de transparência, pois em todas as suas manifestações ele passa a entrever o brilho dos eternos arquétipos. Além do mais, onde quer que esta visão não se torne imediatamente patente, os símbolos obtidos por meio dela podem despertar a memória ou a intuição dos arquétipos. É esta a índole da contemplação hermética da natureza.

No âmbito desta visão, o fundamental já não é a natureza das coisas, a qual, além de passível de medição e contagem, está sujeita a causas circunstâncias temporais, mas sim as suas propriedades essenciais. "

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